quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Resenha - Vantagem Competitiva das Nacoes - 1a parte

As transformações econômicas dos anos 1980-90 ampliaram, no período que passou a ser conhecido como era da globalização, a noção de competitividade das nações. Uma definição particularmente influente colocada por Porter revela que a competitividade para uma nação é o grau pelo qual ela pode, sob condições livres e justas de mercado, produzir bens e serviços que se submetam satisfatoriamente ao teste dos mercados internacionais enquanto, simultaneamente, mantenham e expandam a renda real de seus cidadãos. Competitividade é a base para o nível de vida de uma nação. É também fundamental à expansão das oportunidades de emprego e para a capacidade de uma nação cumprir suas obrigações internacionais.

Essa abordagem traz o reconhecimento que a competitividade internacional de economias nacionais tem como base a competitividade das empresas que operam dentro das suas fronteiras, e exportam a partir delas. Concomitantemente, identifica a competitividade das economias nacionais como sendo algo mais do que a simples agregação do desempenho de suas empresas; passa pela sinergia entre as respectivas cadeias, e o próprio desenho de políticas industriais e do ambiente concorrencial que preservem certos aspectos de competitividade.
Nessa visão dinâmica da competição e da internacionalização, predominante em Porter, a competitividade deve ser entendida como a capacidade da empresa de formular e implementar as chamadas estratégias competitivas. Porter define estratégia competitiva como a busca do que seria uma posição competitiva favorável em um setor, cujo objetivo seria exatamente a busca do estabelecimento de uma posição lucrativa e sustentável na luta contra as forças que determinam os processos concorrenciais em cada atividade, setor ou país.
Porter menciona cinco forças competitivas:

Os entrantes potenciais caracterizam a ameaça da entrada de novas empresas na disputa pelo mercado.
Os produtos substitutos exprimem ameaças constantes à estrutura de mercado na qual a empresa está inserida. A convivência com esse tipo de força resulta numa limitação das margens de lucro, pois o nível de preços estabelecido pode induzir os consumidores a procurarem alternativas mais acessíveis, substituindo então seus produtos.
O poder de barganha dos fornecedores resulta numa ameaça nos mercados caracterizados pela ação de monopólios, oligopólios, cartéis ou qualquer outra forma de ação conjunta dos fornecedores.
O poder de barganha dos compradores é diretamente relacionado ao grau de concentração das vendas. O alto grau de concentração, muitas vezes, pode ser induzido por questões da estrutura de mercado ou gerenciais. Os clientes, é claro, procurarão forçar tanto mais sua ação nos preços quanto maior for a importância do produto em sua estrutura de custos. É importante que se identifiquem as possíveis tendências à integração a montante dos clientes.
A rivalidade entre os concorrentes existentes é caracterizada pelas costumeiras ações de guerra de preços, pelas campanhas publicitárias, e pela introdução de novos produtos. O sucesso competitivo passa, assim, a depender da criação e renovação das vantagens competitivas por parte das empresas; este é um processo onde cada produtor se esforça por obter peculiaridades que o distingam favoravelmente dos demais, como, por exemplo, custo e/ou preço mais baixo, melhor qualidade, menor lead-time com base em expertise logística, maior habilidade de servir à clientela, etc.

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