quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Resenha - Vantagem Competitiva das Nacoes - 2a parte

PORTER, Michael E. A Vantagem Competitiva das nações. Rio Janeiro: Campus, 1989.
Resenha dos capitulos 7 a 11
Na segunda parte (após o cap 6) Porter dedica-se a explicar o sucesso de algumas empresas selecionadas, indicando que elas conseguiram demonstrem a sua capacidade não apenas a adotar estratégias competitivas adequadas, mas também de realizar mudanças de rumo quando isto for exigido. Para tanto, as características especiais do mercado e do ambiente econômico e as mudanças esperadas nas formas de concorrência são alguns dos elementos que devem dar a direção das empresas na escolha de suas estratégias. O conhecimento destas características auxilia a descobrir quais vantagens competitivas serão transformadas em maiores vendas e lucros. Qualquer que seja a fonte, as vantagens competitivas usualmente exigem tempo para ser atingidas.

Estas idéias fazem lembrar algumas trabalhhos sobre competitividade, como os de Coutinho & Ferraz (1995), para o qual essa característica aplica-se principalmente às vantagens relacionadas à inovação (características, por exemplo, as indústrias eletro-eletrônica e de tecnologia da informação) e, portanto, a análise da competitividade deve levar em consideração a soma das vantagens competitivas adquiridas pelas empresas.
Também importante nas idéias propostas por Porter é o fato de ser preciso que a empresa seja detentora da capacidade para implementar a estratégia que tenha sido escolhida, sendo que esta deve ser baseada não apenas na capacitação técnica, mas também no desempenho anterior da corporação, que pode ser demonstrado por: capacidade financeira, relações com fornecedores e usuários, imagem conquistada, diferenciação de seus produtos e penetração no mercado, por exemplo A competitividade pode ser definida então, como a capacidade da organização conseguir, em um ambiente de alta competição (ou seja: num ambiente sem monopólios e onde haja um número grande de empresas competindo), obter a sinergia dos atributos ambientais deste modelo de Porter, chamado de “Diamante da competitividade organizacional”. Estes atributos são: fator de produção, fator de demanda e indústrias relacionadas – e, através da utilização do atributo interno – estratégia. Com eles, pode-se superar as demais organizações concorrentes no mesmo ambiente.
O atributo Fator de Produção representa a disponibilidade e o nível de desenvolvimento das fontes de suprimentos de: recursos humanos hábeis, recursos naturais, recursos de capital, infra-estrutura, tecnologia e base científica acessível à organização em seu ambiente.

Já o chamado atributo Fator de Demanda representa a natureza da demanda existente no ambiente onde a organização opera. Representa a pressão exercida por esta demanda no sentido de exigir inovações que levem ao atendimento de suas necessidades por parte das organizações, o principal agente de desenvolvimento da competição presente no ambiente. Trata-se de um instrumento de pressão, necessidade e mesmo adversidade necessário como motor para o advento da inovação. No entanto, inclui a concorrência ou rivalidade existente entre as diversas organizações atuando no mesmo ambiente; e também a capacidade destas organizações satisfazerem às exigências da demanda.

O terceiro atributo, denominado Indústrias Relacionadas refere-se à presença e ao nível de desenvolvimento e eficiência das empresas fornecedoras e atuantes na cadeia produtiva da organização. Trata-se de um importante atributo na busca de inovação por parte de qualquer organização.

Por fim, o chamado Atributo Estratégia; segundo Porter, é o único do modelo de competitividade que depende exclusivamente da organização, ao contrário dos três anteriores que se relacionam fundamentalmente ao ambiente. É representado pela forma como a organização é estruturada e administrada e também da forma como, particularmente enxerga os demais atributos presentes em seu ambiente, e, a partir disso, cria as inovações necessárias à satisfação da demanda; além disso, ao mesmo tempo, a forma como a empresa se reorganiza com o intuito de implementar as inovações geradas. Tais inovações são consideradas no sentido schumpeteriano, ou seja: um processo onde ocorra a criação de uma nova tecnologia, uma nova fonte de suprimentos, ou um novo tipo de organização mais eficiente, de tal maneira que represente vantagem de custo, qualidade, ou ambos; e assim, seja uma ameaça à sobrevivência dos outros competidores através da capacidade de tomar participações de mercado.

Com base nestas colocações de Porter, para avaliação da capacidade de formular e implementar estratégias, é fundamental verificar em que se baseia essa capacidade. Isto significa: identificar os fatores relevantes para o sucesso competitivo - sejam internos à própria empresa, ao seu segmento de atuação, ou sistêmicos à própria economia do país; a partir daí verificar a sua importância setorial no presente e a que se pode esperar no futuro próximo, e avaliar o potencial das firmas do país com relação a eles. Chega-se, assim, uma abordagem dinâmica do desempenho competitivo da empresa, baseada no exame de seus fatores determinantes.

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